...no final do dia, ainda andava lunático com a mensagem que a Margarida me tinha enviado.
Estava tentado a enviar-lhe uma sms , quase que numa desesperada tentativa de me aproximar um pouco mais dela...
Entre tanto, surgiu-me a ideia de voltar ao café ao fim do jantar. E assim fiz...
Já a noite tinha caído sobre a praia. O mar ouvia-se bem perto. Parecia que as ondas estavam a morrer junto dos meus pés, que um pouco trémulos, com um pouco de frio misturado com nervosismo e ansiedade , quase não sentiam as pedras da calçada. Estava já perto do café quando, olhei para dentro e verifiquei que aquela noite tina deixado o pequeno café cheio. Espreitei discretamente pela janela e verifiquei que a "minha" Margarida não estava lá. Não entrei. Peguei no telemóvel e caminhei até ao muro da praia e lá sentei-me.
Uma pequena brisa percorria toda a praia no sentido norte/sul... Fiquei triste pela sua ausência; na quela noite não iria, com toda a certeza, ver a Margarida. Numa noite sentida pelo frio e pela tristeza; sentado virado para o mar abri o telemóvel para enviar uma sms , estava convicto de o fazer. Nesse preciso momento ouço passos que se aproximavam. Olhei para trás. Olhei de uma forma tal que parecia que alguém me chamava. À distância vi um casal. Bem agarrados, ou pelo amor ou pelo frio, a verdade é que ao caminharem, eté se trepeçavam um no outro tál era a proximidade de ambos.
Quando chegaram bem perto de mim, vi que era a "minha" Margarida! Os meus olhos tocaram nos dela, baixei a cabeça, ela baixou o olhar... Engoli em seco... voltei a engolir, era seco, não havia nada para descer a garganta, e nada passava... viei-me para norte, para sentir o vento bater-me no rosto como que assim podessem, voltar ao normal... Eles entraram no café. Eu consegui que as minhas glandolas produzissem saliva; consegui engolir...
Levantei-me. Pus os pés no chão e comecei a caminhar em direcção a casa. Estava complectamente inundado pelo escuro da noite. A minha cabeça estava um caos que tantos pensamentos em tão pouco tempo... Já estava bem perto de casa quando um arrepio profundo percorreu todo o meu corpo. Parei. Olhei em toda a volta. Não vi nada nem ninguém; apenas o escuro da noite...
Entrei em casa. Sozinho. Triste. Amargurado. Olhava pela janela e via um sinal luminoso em alto mar. Talvéz um pesqueiro a sár para o mar, pensei... era uma forma de me abstrair da trsiteza que me envolvia. Fiquei ali a olhar pela janela, talvéz, horas. Ouvi o telemóvel vibrar sobre a mesa. Não estava com grande vontade de falar com ninguém. Lá fora a chuva era forte... Tinha passado cerca de meia hora desde a primeira vez e o telemóvel , voltou a vibrar. Pensei que era melhor ver o que se passava. Poderia ser alguém a que faço acompanhamento espiritual...
Peguei-o; abri-o e vi que tinha duas mensagens... Era a Margarida...
. Da Ocidental praia Lusita...