... teria o mundo ponderado bem, entre as suas necessidades e a minha capacidade de o poder ajudar?
Não sei ao certo, se foi por acaso ou um sinal que o mundo me dava, quando reparo que do outro lado da rua, um jovem casal preparava-se para atravessar a passadeira com o seu filho, quando este se soltou das mãos dos pais e correu, com toda a velocidade e felicidade, e só parou quando me agarrou.
Baixei-me para o pegar ao colo - teria cerca de 3 anos - agarrei-o com cuidado e levei-o até junto do meu peito. Depois daquele cabelo encaracolado e dourado, estava um rosto feliz... O André -era esse o nome dele, soube-o depois, era mongolóide como é mais conhecida a patologia. Aquele rosto feliz e o orgulho dos seus pais, deixaram-me muito sensibilizado e logo depois, que o André se foi embora, desci ao areal, para me esconder. Sentado e dobrado sobre mim, acabei a chorar por perceber, por instantes, o que era realmente AMAR e perceber o quanto insignificante eu sou, por tanto valorizar o banal...
Meu Deus, pensei, como nós desprezamos estas crianças, e outras, só porque não são como nós, só porque nos julgamos perfeitos e a eles deficientes... Quando na verdade eles são tão felizes com um simples sorriso e uma pequena manifestação de carinho... Mas nós, não. Nós até nos calcamos uns aos outros para alcançarmos patamares e julgamos ser o caminho para a felicidade... E se tu ou eu tivermos uma acção ou reacção no sentido de sermos: humanos, sensíveis , cívicos e humildade, somos automaticamente considerados, anormais...
. Da Ocidental praia Lusita...
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